post #15 pandemia, casamento & ganância

à medida que vamos libertando a nossa “liberdade”, as vozes vão crescendo. Queremos voltar a casar ! queremos saber como podemos fazê-lo, mas sobretudo, continuar a ganhar dinheiro, sobreviver! Os noivos (alguns) querem casar a toda a força, e alguns fornecedores cavalgam a onda. A gritaria é cada vez maior: contra o governo, contra a ausência de medidas, contra a demora da abertura, enfim contra tudo e todos.

O ruído da rede social é só isso mesmo, ruído... não se vislumbra uma atitude de consciência social, um plano para o futuro. Ouvimos de tudo, e muitas soluções estranhas para casar já! ou, amanhã! Juntamos a isto, a desinformação que se passa aos clientes: a falta de apoios, a pressão para encostar certas empresas à parede. Todo um movimento estranho e que me deixa a pensar, se os seus promotores não equacionam, que amanhã poderão ser eles, a estar na mira do movimento e terem que adaptar os seus preços — ATÉ -50% —.

Voltando ao que interessa: o cliente ! o que estamos a fazer? estamos de facto a ouvir os Noivos ou ouvimos o que queremos ouvir? Na minha opinião, não sei o que os Noivos verdadeiramente querem.

  • será casarem de máscara ? eles e todos os outros?,

  • estarão dispostos a pagar uma animação, para terem 10 gatos pingados a dançarem à distância?

  • quererão sentarem-se a uma mesa com os seus convidados de forma distante e sem graça?

  • e as imagens, vamos fotografar o quê? todos em linha e a 2m de cada um?

Estamos só a criar expectativas, para salvar o negócio de cada um. Estamos a apressar uma situação que não controlamos, sabemos sim, que até existir uma vacina ou um medicamento maravilha, a nossa vida não será como era. Isto é o que sabemos e a única certeza que temos. Posto isto, o que fazemos para apaziguar os Noivos?

  • antes de tudo, esperar pelo novo normativo para o sector. Todos teremos que nos adaptar, e criar novas condições para prestar os serviços,

  • estaremos a cumprir o nosso papel, apelando à paciência e ao bom-senso dos nossos clientes?,

  • estaremos a advertir para as nossas novas responsabilidades que nos esperam?,

  • estamos a cumprir o dever cívico de alertar para o cumprimento do dever de cada um, na proteção da comunidade?,

Não desperdicemos a enorme oportunidade, que temos em mãos!. É como recomeçar tudo de novo, mas desta vez, com mais consciência, sem pressas, com maior foco nas condições e no nosso próprio negócio. O sector precisa duma voz e dum crescimento mais sustentável. Precisamos de melhor concorrência, mais conhecimento inter-pares, mais empatia e maior responsabilidade. Devemos serenar os Noivos, ajudar a criar um diálogo são e isento de pânicos. Não devemos acarinhar pressas desnecessários ou prometendo cenários híper optimistas. Devemos madurar sobre o futuro, que tipo de casamentos teremos pela frente e como os iremos realizar. Até lá e enquanto não estiverem reunidas as condições ideais, nada será como dantes.

Fiquem bem. Agora sim, vamos passar uma prova. Estaremos por nossa conta e precisamos de estar à altura das circunstâncias.

Naquele dia Todos somos Um!

XoXo | Mª João

imagem | Fotografamos

imagem | Fotografamos

post #14 o dia em que todos somos um

Por estes dias, as redes sociais fervilham de encontros, discute-se a situação que vivemos, os problemas que criou e aqueles que ainda virão. O pequeno mundo dos casamentos, não poderia ficar de fora. Fomos como todos, beliscados na nossa vida, o trabalho desapareceu e criou-se um vazio ainda maior. E porquê ainda maior? porque continuamos a não discutir o mais importante. Nestas conversas, nada se discute seriamente. Só os problemas do adiamento ou cancelamento. Nada de novo portanto! Infelizmente não se ouve nada sobre o “diferente” futuro. Coisas …

A comunicação social que apresenta sempre a festa do casamento, como o parente pobre das festas ou eventos, atirou um dia destes, com um número bombástico: 800 milhões! Fiquei banza, é dinheiro, certo ???? mas não ouvi em nenhum dos lives, qual a fonte deste número, o que vai acontecer a estes pequenos e médios negócios. Não somos unidos nem desunidos, somos só nós. Recolhidos no nosso dia a dia, na nossa actividade frenética, exigente, stressante e pouco (muito pouco) colectiva.

Quero acreditar, que passadas as crises, a sanitária e a económica, o panorama possa eventualmente mudar. Seria bom, porque parecemos aqueles primos que se revêm nas festas familiares mas que não têm nada de importante a dizer uns aos outros.

Claramente precisamos de nos conhecer melhor, olhar para lá do nosso grupo de parceiros/amigos, alargarmos o nosso horizonte, e não ficarmos reféns do nosso interesse individual. Quando teremos uma voz própria, e o direito a sermos reconhecidos como profissionais com status próprio e peso na economia nacional. Só depende de cada um de nós.

No dia do casamento, somos TODOS UM!

Fiquem bem e cuidem-se.

XoXo | Mª João

imagem | Danilo António Photographer

imagem | Danilo António Photographer

post #12 casaremos sempre !

Mesmo que esteja a pensar, que tudo isto é uma grande embrulhada e que não se sente motivada para nada, arregace as mangas e pensamento positivo. Sei que já pensou em muitas datas e que depois de convencer o Noivo, lá vem as notícias e …. volta tudo ao início. Tem toda a razão em pensar, que ficou com um casamento nas mãos e um turbilhão de preocupações na cabeça. RESPIRE, não vamos ficar sempre no poço, vai haver um dia em que nos levantaremos da cama e a caixa tonta vai dar-nos um motivo para sorrir. Até lá … APROVEITE:

  • todo o tempo que tem para pensar;

  • as redes sociais estão cheias de propostas muito interessantes. Wedding planners com oferta de serviços (aqui e aqui) adequados à actual situação e soluções para tornar o adiamento menos caótico, a Rita e o Rui tem um plano;

  • está na hora de olhar para o seu plano friamente, já pensou verdadeiramente, nas melhores alternativas? pessoalmente, imagino que no Verão ainda vai ser muito difícil, permitirmo-nos juntarmo-nos mas acredito, que o primeiro semestre de 2021 poderá trazer-nos uma oportunidade. Não será altura de se tornarem na noiva pioneira? esqueçam o trivial e mostrem um casamento cheio de situações novas. Os primeiros ficarão para a memoria e exemplo para outros;

  • está na dúvida do melhor mês de 2021 ? esqueça isso, case no mês que for possível, o casamento não será melhor se for no Verão, ele será melhor sim, naquilo que for a sua visão, as pessoas que a acompanharem e a qualidade do serviço que contrataram. Não é o tempo que torna as festas bonitas, são as PESSOAS GENTE!

  • enquanto durar o confinamento, aproveite para envolver os seus convidados. Permita-lhes participar na possível data. Não vai querer ter desistências pois não? disso estamos nós fartos;

  • o sector dos eventos, vai ser complicado no arranque, pelo que imagino que passaremos a ter um número limitado de pessoas por evento. Quer saber o que faria ? em vez duma, faça duas festas. Afinal de contas merecemos. Uma para casar e outra para festejar. Porque não ?

  • não esqueça que o mais certo é que certos grupos de risco poderão ficar fora das festas… então ? não pode ter os avós ? olhe contrate um vídeo da cerimónia é o mais importante para eles. Vê-la casar. Já tinha pensado nisto? Não tem budget ? compre um porquinho. Até para ano vai conseguir juntar;

  • desde o princípio que venho dizendo que tudo está em aberto. Todos com os mesmos problemas ou seja, na mesma barqueta batida pelo vento e atravessando ondas gigantescas. Com o covid não veio um manual de instruções, temos que aceitar, seguir as instruções e adequarmos as nossas necessidades e quereres à situação. Os Noivos também. Então nada de pânicos, nem ansiedades desnecessários no fim #CASAREMOS SEMPRE !!!.

Este post teve imensos !!!! mas é porque temos que ser práticos, criativos e deixar de ligar ao que não tem importância.

Mantenham-se em casa, ainda não está na hora … cuidem-se e cuidem dos outros.

XoXo | Mª João

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post #11 fazemos um live ?

Nesta terrível tempestade que atravessamos, algo de bom já aconteceu. As pessoas deste sector desataram a querer falar umas com as outras. É bom ? sim, é óptimo, até à pouco dizia-se que comunicávamos pouco uns com os outros. Só que …, como somos estreantes nesta ferramenta, os lives a que assisti até agora, pecam por falta de organização e tema. Não têm propósito. E não havendo um foco … começamos a falar e vamos por aí afora sem governo e sem filtros.

O último, a que assisti, fiquei de boca aberta. Falava-se de comida, o grande tema! mas também de como os mesmos ainda apresentam dificuldades. Ao longo desta conversa e porque o tema é muito vasto, entrou-se rapidamente, numa converseta um pouco irresponsável e sem sentido.

Não pretendemos dar lições sobre o assunto, mas o seu a seu dono. Se me perguntarem se os caterings são todos fantásticos ? responderei que uns são melhores que outros, mas o que interessa e que pode esclarecer devidamente o cliente é que sem excepções, todos tem as mesmas regras de actuação, sujeitos a uma apertada fiscalização e…. todos primam por serem os melhores. Uns conseguem melhor que outros mas todos se esforçam e o resultado geral não é bom é muito bom.

Todos temos direito à nossa opinião, mas o sector necessita que sejamos todos mais responsáveis e mais assertivos. Reduzir o esforço dos últimos tempos a afirmações pouco pensadas não é de todo, contribuir para a melhoria da oferta e para a imagem dum parceiro tão importante no mercado dos eventos e do casamento em especial.

E não é porque temos clientes do exterior, que deveremos trabalhar fora do nosso ADN. A gastronomia portuguesa é muito especial e talvez única. Todos sabemos como comer é um caso importante e como é para nós um factor cultural e social de relevância. E não, os caterings não sabem só servir bacalhau. Mas mesmo que assim fosse, quem não sabe que o bacalhau é o “caviar dos tugas” ainda não aprendeu muito sobre a cultura portuguesa e a nossa gastronomia.

Para rematar o assunto, não podemos dizer que queremos muito não só fazer casamentos, mas, sobretudo, vender experiências. Não posso estar mais de acordo. Mas se é isso temos que vender o bacalhau e outras iguarias da nossa história comestível gente! O que não faz sentido é vendermos o modelo do cliente que nos escolhe para casar. Isso é algo sem sentido. O bom é acondicionar “o nosso” e “o deles” e apresentar uma experiência inesquecível. O que não acrescenta valor ao dinheiro gasto, é um mau negócio. Para nós e para quem vem.

Vender o que nos orgulha e que é bem feito, acrescenta valor ao nosso trabalho. Querer ser como todos não nos distingue. E sim, façamos muitos lives, mas com (algum) propósito e com um discurso assertivo. No meio de nós, também está o nosso cliente e não convém passar mensagens erradas. O mercado somos todos nós e todos somos responsáveis pela sua qualidade.

Continuem a cuidarem-se, a tempestade ainda não passou.

XoXo | Mª João

imagem | catering FORA DE CASA

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